Vacinas para gatos: tudo o que precisa de saber
Vacinar um gato não é obrigatório por lei. No entanto, a vacina contra a raiva é exigida quando o tutor pretender viajar com o animal, tendo de ser apresentado o boletim de vacinação, assinado pelo médico veterinário. A vacinação pode também ser exigida no caso de querer deixar o seu gato num hotel para animais.
Independentemente de ser, ou não, obrigatória, a vacinação é fundamental para o bem-estar do seu animal de estimação, pois previne diversas doenças, fortalecendo o sistema imunitário do gato, tenha ele, ou não, acesso ao espaço exterior. Através da vacinação está prevenir diversas doenças, em vez de ter de vir a curá-las, tratando-se, assim, de uma medicina preventiva. Tal como acontece com os humanos, as vacinas podem gerar efeitos secundários no gato, não sendo, no entanto, efeitos graves.
Qual o plano de vacinação mais adequado?
O plano de vacinação é elaborado pelo médico veterinário. O gatinho deve ser visto 45 dias após o nascimento. Até essa altura, ele terá defesas necessárias, que lhe são fornecidas pelo leite materno.
Primeiro, é importante confirmar que o seu animal de estimação não está infetado com parasitas e que não é portador de qualquer doença. Após esta análise, o veterinário indicará o plano de vacinação mais adequado, tendo em conta diversos fatores, como a raça, a idade e o ambiente em que ele vive.
Habitualmente, as vacinas administradas aos gatos são a trivalente felina e a leucemia felina. Para reforço de imunidade, o veterinário irá dar duas doses de cada vacina, com um intervalo específico entre cada dose. Esse intervalo, indicado pelo veterinário, não deve ser excedido, para garantir eficácia.
A vacina trivalente atua contra três infeções bastante comuns, e graves, em gatos: panleucopenia, rinotraqueíte e calicivírus. A panleucopenia é uma doença causada por um vírus do tipo parvovírus. Os sinais manifestam-se nos gatos por anorexia, vómitos, diarreia, que pode ser com sangue, ou anemia severa. A rinotraqueíte é causada pelo herpesvírus felino tipo 1 e provoca coriza (constipação em gatos). Afeta a zona ocular, nasal e oral. Quando tem esta doença, o gato apresenta conjuntivite, espirros, pneumonia, entre outros sintomas. O calicivírus causa infeções idênticas à rinotraqueíte. O gato pode apresentar lesões a nível ocular e pulmonar, bem como na cavidade oral e no aparelho digestivo.
Os gatos de rua são os mais propensos à leucemia felina. Quando infetados, não apresentam sintomas da doença, podendo, ainda assim, contagiar outros felinos. É um vírus que baixa as defesas do gato, que fica mais suscetível a outras infeções. Esta doença pode manifestar-se através de gengivites, linfomas, infeções respiratórias e de pele, ou otites frequentes.
Após estas duas vacinas, o veterinário recomendará outras, tais como a da raiva e da peritonite infeciosa felina. A raiva é uma doença que causa distúrbios neurológicos no animal infetado, podendo levar à morte. Em Portugal a doença está erradicada e, apesar de não ser obrigatória, será exigida caso queira viajar com o seu gato, ou poderá ser fator de admissão ou exclusão em hotéis para animais.
A peritonite infeciosa felina é uma doença causada por um coronavírus felino e, quando evolui, pode dividir-se em dois tipos: seca ou húmida. A seca é caracterizada por alterações do fígado, rins e outros órgãos internos, bem como do sistema nervoso. A forma húmida origina abdómen dilatado ou dificuldades respiratórias. No entanto, o gato pode ser portador da doença sem apresentar qualquer sintoma, sendo que, quando a doença se manifesta, pode progredir muito rapidamente.
Quando levar o gato ao veterinário?
Mesmo que o seu gato não fique doente, e estando mais protegido destas doenças através da vacinação, a consulta anual é sempre recomendada, até porque a vacina não garante imunidade permanente. Algumas delas precisam de doses de reforço, com intervalos de tempo específicos, indicados pelo veterinário, de modo a manter a eficácia ao longo da vida do gato.
No caso de adotar um gato adulto, deverá levá-lo de imediato ao veterinário para que ele possa analisá-lo. No caso de ele estar infetado com parasitas ou outras doenças, deverá ser tratado. Se estiver tudo bem, o veterinário recomendará proceder à vacinação. Geralmente, em idade adulta, as vacinas recomendadas são a da raiva, a trivalente e a da leucemia felina.
Independentemente de o gato ter, ou não, acesso ao espaço exterior, a vacinação é de extrema importância. O tutor anda na rua e o calçado, ou mesmo a roupa, podem levar agentes infeciosos para dentro de casa e o gato pode ser contaminado. Além disso, qualquer contacto com outro animal pode ser periogoso, mesmo que sejam apenas alguns minutos. Estes riscos são minimizados com um plano de vacinação adequado, por conselho do veterinário.
Como atuam as vacinas?
As vacinas contêm micro-organismos que produzem anticorpos que, por sua vez, protegem o animal contra infeções diversas, através da imunização. Após a administração da vacina, os anticorpos irão neutralizar ou destruir as toxinas, ou os agentes infeciosos. É sempre muito importante uma análise do animal antes da vacinação, de modo a garantir que ele tem requisitos para ganhar imunidade através das vacinas.
A administração de vacinas pode causar efeitos secundários no gato, tais como febre ligeira, vómitos ou perda de apetite, como pode também criar um pequeno hematoma no local da picada. No entanto, estes sintomas deverão desaparecer até dois dias após a administração da vacina. Caso isso não aconteça, deverá contactar o veterinário.
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