Leishmaniose canina: quais os sintomas e como prevenir?
A Leishmaniose Canina é uma doença grave, sem cura, que existe em Portugal. A prevenção é a melhor forma de proteger um cão da Leishmaniose, através da desparasitação e vacinação. Neste artigo, dizemos-lhe como proteger o seu melhor amigo.
COMO SE TRANSMITE A LEISHMANIOSE?
A Leishmaniose canina é uma doença que se transmite através da picada de flebótomos fêmeas. São insetos de cor amarelada, que vivem, essencialmente, em espaços com animais, fendas em edifícios (como garagens ou caves), caixotes de lixo, jardins com sombras, entre outros, e alimentam-se, preferencialmente, ao final do dia. Correm maior risco os cães que passam grande parte do tempo em espaços exteriores, raças de cães exóticas, cães de pelo curto e/ou com idade superior a dois anos.
O CICLO DA LEISHMANIOSE
1. O flebótomo com o parasita da Leishmania infantum pica um cão;
2. O flebótomo, através da picada, inocula o parasita dentro do animal e duplica-se no interior das células do cão;
3. Quando um flebótomo pica um animal portador da Leishmania infantum, vai sugar o parasita e ficar no interior do flebótomo, que irá inocular outro animal.
ONDE ENCONTRAR FLEBÓTOMOS?
- Garagens ou caves (zonas protegidas de condições climáticas adversas, como vento e chuva);
- Zonas de acumulação de matéria orgânica, como restos de plantas ou contentores;
- Locais com sombra em parques e jardins, onde põem os ovos;
- Locais com animais por perto, para se alimentarem.
CURIOSIDADES SOBRE FLEBÓTOMOS
- O ciclo de atividade começa ao entardecer e termina ao amanhecer;
- Chuva e vento não lhes são favoráveis;
- Procuram áreas com pouco pelo para picar, como a cabeça, o nariz, as orelhas, a barriga e áreas axilares;
- O voo é silencioso e de curtas distâncias;
- Medem cerca de 2 a 3 mm de comprimento;
- Têm uma vida média entre 29 e 31 dias;
- Apenas as fêmeas transmitem a doença, pois necessitam de ingerir sangue para maturar os ovos;
- Os machos não picam.
MAPA DE PREVALÊNCIA DA LEISHMANIOSE
FONTE: Seroprevalence and Risk Factors Associated with Leishmania Infection in Dogs from Portugal. Maria Almeida, C. Maia, J. Cristóvão, C. Morgado, Inês Barbosa, Ruben Foj Ibars, L. Campino, L. Gonçalves, S. Cortes. Universidade Nova de Lisboa. Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
QUAIS OS SINTOMAS DA LEISHMANIOSE?
A Leishmaniose é uma doença com diferentes sintomas e gravidade dos mesmos. Alguns sinais de alerta poderão ser: aumento dos gânglios linfáticos, perda de peso, descamação da pele ou perda de pelo anormal. O diagnóstico é confirmado através de análises.
COMO PREVENIR A LEISHMANIOSE CANINA?
Prevenir é mesmo a palavra de ordem. Manter a desparasitação externa em dia é fundamental, procurando opções que protejam contra o flebótomo. Para uma prevenção mais eficaz, vacine o seu cão contra a Leishmaniose! A vacina tem uma eficácia entre 70 e 80% na prevenção da doença. Mesmo depois de vacinado, é essencial manter a desparasitação externa.
Proteja o seu melhor amigo, não só pela saúde dele, como também dos humanos. As pessoas também podem apanhar a doença, no entanto, o risco é baixo e o tratamento tem uma percentagem de cura superior a 95%.
POR QUE VACINAR PARA A LEISHMANIOSE?
- Cachorros: para reforçar e proteger o sistema imunitário.
- Adultos: para manter uma imunização adequada.
- Seniores: para fortalecer o sistema imunitário enfraquecido.
TESTE DA LEISHMANIOSE
Antes de avançar para a vacinação, é feito um teste para saber se o animal é positivo ou negativo à doença. Caso teste negativo, pode avançar para a vacinação. Se testar positivo, não pode ser vacinado. Se não apresentar sintomas, pode significar somente que já teve contacto com o parasita e a doença poderá não se manifestar. Caso apresente sintomas, deve seguir o tratamento indicado pelo médico veterinário e continuar a proteger o patudo com antiparasitários. A Leishmaniose é uma doença crónica e nem sempre o tratamento é eficaz, sendo necessário controlar com regularidade.
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